Ontem
enquanto refletia no escuro do meu quarto muita coisa mudou.
Enquanto
a mente ficava cada vez mais distante vagando pela historia da minha vida,
minha mão rabiscava em um pedaço de papel todos os meus gritos.
E aos
poucos aquele mundo que carregava nas costas se tornou uma pluma e voou.
Todo o
peso que carreguei era apenas vapor, não havia mais motivos para se esconder ou
ter medo do escuro.
Aquela
pequena pessoa que habitava meus pensamentos se revelou e então me senti
quente.
A paixão
entrou em meu coração e através das veias aqueceu cada canto do meu corpo
batido abrindo novas portas para o amor.
Sim,
estou em paz.
Meus
lábios ensaiaram um leve sorriso, tirando de estomago a sensação de borboleta.
E eu
notei que já não precisava mais de você!
É, parece
que eu segui e que todas as pancadas me tornaram um pouco mais maduro.
A morte,
a fome e vergonha já não me fazem medo.
Sou o que
sou.
Gosto de
caminhar pelas folhas secas do meu cérebro e as pessoas aos poucos vão se
afastando enquanto as importantes ficam.
Se vou
embora do nada é porque não tenho interesse em você.
Aquela
sua insegurança, seu medo e suas manias, entendo tudo.
E aquele
amor?
Esse sou
eu.
Aí, em
meio a tantos sorrisos bobos e olhares trocados me sinto criança e quero
elogiar todo mundo.
Em meio a
esse mar de gente, as tradicionais mensagens de bom dia não são mais digitadas,
sim, estou lhe deixando para trás.
O gelo
que consumia meu coração vai virando um mar de amor por onde quero que você
navegue.
Talvez o
romance e eu sejamos como a dança e a musica, uma combinação tão perfeita
quanto necessária.
Mas não
importa mais o mal para mim, nem a dor ou angustia, estou feliz e em nossos
segredos ocultos saberemos o fim dessa historia sem fim.