sábado, 13 de abril de 2013

Erótica


Faz frio em São Paulo e pessoas caminham por toda parte, se banham com a garoa fina e o vento gelado.
Roupas longas e casacos fazem do clima na Santa Cecília o ambiente ideal para seduzir.
Bares, restaurantes e motéis a cada esquina funcionando 24 horas e convidando os casais para luxuria.
Olhos nos olhos em um primeiro encontro, um sorriso tímido e insinuante, um toque e um beijo no rosto.
Uma música e dois drinks, o clima pede mais.
Um beijo sem pretensão e os corpos se ascendem.
Então me pego observando pela janela do quarto casais que se transam a noite toda.
E uma estranha voz insiste em soprar em meu ouvido todas as vezes que olho o corpo nu daquela mulher sobre minha cama.
Não consigo controlar esse tesão que habita em meu corpo.
Esfrego meu rosto, puxo meu cabelo e não consigo acalmar o animal que há em mim, vou devorá-la.
Sua pele cor de caramelo, seu rosto e seus olhos tão promíscuos, seus seios pequenos e firmes quase parecem desenhados e eu quero tudo, quero seu interior, seu cabelo cheiroso e sua boca sensual.
Quero sua língua, suas mãos e suas pernas.
E sentir tudo, penetrar gritar e me torturar até as energias acabarem.
Sentir o sal do suor, a água escorrendo em meu corpo e o pelo arrepiar.
Quero saber de você, perversa e selvagem.
Quero sentir o que esconde por trás do rosto de fada, possuir seu copo, sua mente e sua alma como uma droga viciante.
Enquanto domino seu interior e meço suas reações pelos seus olhos e seus gemidos posso sentir São Paulo aos meus pés, a chuva aumenta enquanto penetro a noite.
E mais uma vez observo aquele corpo a luz da lua e tento combater essa maldita voz que me dá prazer.

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