domingo, 17 de março de 2013

Eu Caí


Eis que a surpresa derruba todos os planos do jovem lutador.
Dia após dia remontando cada passo de uma história feliz,
Buscando aquilo que sonha como se todos os momentos fossem o ultimo.
Saudades dos valores, dos beijos e das noites de amor,
Saudades das madrugadas, dos abraços, dos olhares completos e do frio e do terror.
E as nossas músicas quais eram?
O radio não liga mais!
Toda aquela fantasia, o cabelo, o sexo e a luta,
As brincadeiras, os passeios e as conversas,
E os nossos amigos onde estão?
São apenas fotografias guardadas em meu quarto.
Eu me lembro dos seus bilhetes e suas cartas estão todas guardadas ao lado do Rum,
Eles me acompanham em meu eterno vazio.
Meus olhos em sombra, se escondem por trás do sorriso amarelo.
Meu corpo abatido se transforma em mais um tango qualquer.
Bares e pessoas vem e vão.
Mas não me levanto daquela calçada em que em prantos me afoguei.
Onde você foi parar?
Por que eu tinha que ver aquilo?
E aquele adversário, quem era?
O que aconteceu com você?
O que aconteceu comigo?
O que aconteceu com nós dois?
Ninguém sabe, nos perdemos no silencio da madrugada!
O álcool se vai e com ele a realidade habitada em meus olhos tende a voltar,
Minha pequena força se foi, levou minha vida, minhas esperanças e hoje linda e forte mora em outros braços, seus planos apenas mudaram.
Eu aqui, velho e abatido me contento com as lembranças em que outrora fui feliz,
Os planos de recomeçar vagam em minha mente e torcem para que minha única vontade de viver a vida com mais alegria voltem a reinar.
E assim, aquele sorriso que você viu na escada, como uma criança vai brilhar!
Os planos não mudaram, mas entre os abraços e os beijos que viveu eu me fui de sua memória,
O telefone já não toca mais!
Gostaria de fazer o mesmo, mas prefiro lembrar e pensar sempre que vejo a aliança de prata.
O lutador está caindo e o juiz iniciou a contagem, não sei se poderei levantar, mas hoje já não vejo o adversário que devo golpear!

sábado, 2 de março de 2013

Desidiu

De tantas noites em tempestade e chuva fria,
Raios trovões e nevoeiro,
Bastardo condenado a carne por um pecado original
Abandonado a beira de um lago, com sede de amor e vontade de viver.
Viver a carne e a emoção,
O sexo o amor e o tesão.
Mas então em meus olhos brilha uma nobre rainha,
Cheia de charme e intimida ao olhar,
Eu, um negro escravo de desejos e pecados
Hipnotizado com a realeza da mulher que com um olhar me fez presa
Poder, mistério e tentação,
Alma, verdade e ilusão
De joelhos aos pés do poder
Do desejo ao tédio eu quero apenas possuir
Olho no olho, do nobre ao vagabundo
Em desejo sucumbir
E agora sem chuva, como é que faz?
Os trovões de meu corpo não ecoam mais,
Meus olhos se abrem é manhã, o sonho acabou
Do desejo ao amor o sonho simplesmente acordou!